Cada cultura tem regras específicas para expressão de comportamentos, algumas mais rígidas, outras menos rígidas.
Muitas pessoas metaforizam a metamorfose referindo-se à necessidade de se auto ?recriarem? para produzir mudanças na vida. Algumas pessoas precisam metamorfosearem-se e de si mesmas saírem para serem o que deveriam ser desde o início.
Seguir as regras dentro da cultura exige esforços contínuos e diários para uma pessoa conformar-se socialmente e fazer parte do grupo. O ser socialmente é ser com os outros, em constante negociação com os outros à volta que se impõe e fazem a pessoa seguir as regras.
Algumas destas regras sociais se impõem a partir de instituições de importância e que têm regras próprias dentro do grupo maior. Uma destas instituições é a religião e através dela os subgrupos são mantidos sob controle, e as regras sociais são impostas. E nestas instituições encontramos as bases de regras muito simples e que no século XXI elas são complicadas de serem seguidas: ?e deus criou o homem e a mulher? e, por conseguinte, nada entre as duas criaturas.
A inserção social e uma nova vida em nossa cultura é uma dificuldade que exige atenção e cuidados que a psicologia tem permitido junto a uma comunidade silenciosa que se denominou de transexual, há mais de 60 anos, e que apenas nos últimos 10 anos, no Brasil, as pessoas puderam legalmente receber atenções adequadas.
Diferente de outros procedimentos de tratamento de saúde, a questão transexual exige um caminho de superações constantes, sob atenção de vários profissionais de saúde especiais. Estes profissionais são especiais por compreenderem estas dificuldades de modo técnico e assim auxiliar a estas pessoas. O processo de superação, visto pelos profissionais de saúde, exige que cada qual se supere em seus entendimentos morais e regras pessoais, compreendendo-se diferentes e aceitando as diferenças para poder ajudar ao outro superar-se.
Acompanhar a superação da necessidade de transformação de uma pessoa é exigente, é prolongado e satisfatório quando a outra pessoa sob nossos cuidados obtém um equilíbrio no relacionamento com o mundo sob uma nova forma condizente com a identidade de gênero que desenvolveu no início da vida. A conformação social produzida com o longo tratamento para a necessidade de transformar-se permite um bem estar que antes não existia. Acompanharmos estes processos é algo especial que permite a nós a sensação de pertença externa ao processo. Acompanhamos, mas não decidimos. Acompanhamos, até torcemos fortemente, mas não efetuamos as mudanças. Quem se modifica é exatamente a pessoa que nos procurou pela necessidade de transformarem-se.
Mas este caminho não serve para muitas pessoas que consideram que deveriam transformar-se. E aqui também existe o papel do profissional de saúde que deve auxiliar estas pessoas a compreenderem este limite. Por isso o caminho é longo e sempre com as dúvidas sendo colocadas, instigações para possibilitar compreensões e certezas. Testes de realidade constantes, semanais, para sedimentar as buscas e as certezas, sempre na interface com o mundo social e a realidade externa.
Não nos dedicamos apenas a diminuir a angústia e a ansiedade da necessidade de transformar-se, mas a dedicação implica em auxiliar a superar a angústia e a ansiedade para encontrar um viver sem esta continuidade de necessidade transformatória.
A construção psicossocial que um(a) transexual busca é verdadeira, e deixou de ser feita no passado, desde a infância. Enquanto criança ela viveu como se estivesse se apresentando continuadamente num palco de teatro cumprindo funções. Guiamos e orientamos, servindo de feedback para que a pessoa encontre os mecanismos psicossociais que a inserirão no mundo em que viverá e aprender, de outra forma, a conviver com o mundo anterior em que vivia com as angústias e ansiedades.
O Psicólogo Ângelo Monesi nos brinda com uma vivência magnífica e nos honra com uma descrição realística de como um processo longo se instala para o bem viver de uma pessoa que necessita da transformação em si mesma. Assim podemos compreender um pouco do caminho trilhado e que pude acompanhar de longe na sala ao lado, cruzando olhares na hora do café na sala de espera percebendo o caminho e as superações.
Honrou-me ?participar? acompanhando de longe, e de tão perto, sem conhecer o que ocorria, agora podendo encaixar as compreensões com as miríades de vivências das semanas que se passaram, uma atrás da outra, para a melhoria da vida e a conservação de uma pessoa no meio social mais amplo.
O processo de passagem de uma identidade anterior a uma nova, além de necessitar de ao menos um par de anos, aponta novas compreensões sobre o ser humano e sobre as capacidades que temos de produzir a realidade e desenvolver as interações sociais e humanas, além de desenvolver a própria vida futura!
Seguir as regras dentro da cultura exige esforços contínuos e diários para uma pessoa conformar-se socialmente e fazer parte do grupo. O ser socialmente é ser com os outros, em constante negociação com os outros à volta que se impõe e fazem a pessoa seguir as regras.
Algumas destas regras sociais se impõem a partir de instituições de importância e que têm regras próprias dentro do grupo maior. Uma destas instituições é a religião e através dela os subgrupos são mantidos sob controle, e as regras sociais são impostas. E nestas instituições encontramos as bases de regras muito simples e que no século XXI elas são complicadas de serem seguidas: ?e deus criou o homem e a mulher? e, por conseguinte, nada entre as duas criaturas.
A inserção social e uma nova vida em nossa cultura é uma dificuldade que exige atenção e cuidados que a psicologia tem permitido junto a uma comunidade silenciosa que se denominou de transexual, há mais de 60 anos, e que apenas nos últimos 10 anos, no Brasil, as pessoas puderam legalmente receber atenções adequadas.
Diferente de outros procedimentos de tratamento de saúde, a questão transexual exige um caminho de superações constantes, sob atenção de vários profissionais de saúde especiais. Estes profissionais são especiais por compreenderem estas dificuldades de modo técnico e assim auxiliar a estas pessoas. O processo de superação, visto pelos profissionais de saúde, exige que cada qual se supere em seus entendimentos morais e regras pessoais, compreendendo-se diferentes e aceitando as diferenças para poder ajudar ao outro superar-se.
Acompanhar a superação da necessidade de transformação de uma pessoa é exigente, é prolongado e satisfatório quando a outra pessoa sob nossos cuidados obtém um equilíbrio no relacionamento com o mundo sob uma nova forma condizente com a identidade de gênero que desenvolveu no início da vida. A conformação social produzida com o longo tratamento para a necessidade de transformar-se permite um bem estar que antes não existia. Acompanharmos estes processos é algo especial que permite a nós a sensação de pertença externa ao processo. Acompanhamos, mas não decidimos. Acompanhamos, até torcemos fortemente, mas não efetuamos as mudanças. Quem se modifica é exatamente a pessoa que nos procurou pela necessidade de transformarem-se.
Mas este caminho não serve para muitas pessoas que consideram que deveriam transformar-se. E aqui também existe o papel do profissional de saúde que deve auxiliar estas pessoas a compreenderem este limite. Por isso o caminho é longo e sempre com as dúvidas sendo colocadas, instigações para possibilitar compreensões e certezas. Testes de realidade constantes, semanais, para sedimentar as buscas e as certezas, sempre na interface com o mundo social e a realidade externa.
Não nos dedicamos apenas a diminuir a angústia e a ansiedade da necessidade de transformar-se, mas a dedicação implica em auxiliar a superar a angústia e a ansiedade para encontrar um viver sem esta continuidade de necessidade transformatória.
A construção psicossocial que um(a) transexual busca é verdadeira, e deixou de ser feita no passado, desde a infância. Enquanto criança ela viveu como se estivesse se apresentando continuadamente num palco de teatro cumprindo funções. Guiamos e orientamos, servindo de feedback para que a pessoa encontre os mecanismos psicossociais que a inserirão no mundo em que viverá e aprender, de outra forma, a conviver com o mundo anterior em que vivia com as angústias e ansiedades.
O Psicólogo Ângelo Monesi nos brinda com uma vivência magnífica e nos honra com uma descrição realística de como um processo longo se instala para o bem viver de uma pessoa que necessita da transformação em si mesma. Assim podemos compreender um pouco do caminho trilhado e que pude acompanhar de longe na sala ao lado, cruzando olhares na hora do café na sala de espera percebendo o caminho e as superações.
Honrou-me ?participar? acompanhando de longe, e de tão perto, sem conhecer o que ocorria, agora podendo encaixar as compreensões com as miríades de vivências das semanas que se passaram, uma atrás da outra, para a melhoria da vida e a conservação de uma pessoa no meio social mais amplo.
O processo de passagem de uma identidade anterior a uma nova, além de necessitar de ao menos um par de anos, aponta novas compreensões sobre o ser humano e sobre as capacidades que temos de produzir a realidade e desenvolver as interações sociais e humanas, além de desenvolver a própria vida futura!