
Campanha reforça a importância da prevenção, da denúncia e do fortalecimento da rede de apoio às mulheres vítimas de violência.
Instituto Paulista de Sexualidade
12 de agosto de 2025
O Agosto Lilás é a principal campanha nacional de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil. Criada para marcar o aniversário da Lei Maria da Penha (que foi sancionada em 7 de agosto de 2006), a iniciativa tem como objetivo alertar sobre a gravidade do problema, incentivar denúncias e fortalecer redes de proteção.
Mais do que uma data no calendário, o Agosto Lilás é um chamado à ação de toda a sociedade. A violência contra a mulher não se restringe a agressões físicas: inclui abusos psicológicos, sexuais, patrimoniais e morais. Todas essas formas de violência deixam marcas profundas e, muitas vezes, silenciosas.
Um problema estrutural e urgente
Os números reforçam a dimensão do desafio. Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2024 o país registrou 1.492 casos de feminicídio, uma média de quatro mulheres mortas por dia. O Brasil segue entre as nações com maiores índices desse crime no mundo, evidenciando a urgência de políticas públicas, educação e mudança cultural.
A violência doméstica e familiar é resultado de desigualdades históricas e padrões culturais que naturalizam o controle e a subjugação das mulheres. Combatê-la exige uma abordagem integrada, envolvendo prevenção, proteção, punição dos agressores e apoio às vítimas.
A importância da rede de proteção
O combate à violência depende de uma rede de atendimento estruturada, que inclui:
- Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs)- Centros de Referência
- Casas Abrigo e Casas da Mulher Brasileira
- Defensorias Públicas e serviços de saúde especializados
Esses espaços oferecem acolhimento, atendimento psicológico, orientação jurídica e medidas de segurança, fundamentais para a quebra do ciclo de violência.
Como denunciar
A denúncia é um passo decisivo para interromper a violência. O Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) funciona 24 horas por dia, é gratuito e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil. O serviço oferece escuta qualificada, orienta sobre os direitos e encaminha para os órgãos competentes.
Outra opção é o Disque 100 ou os aplicativos de proteção e ouvidoria de direitos humanos.
Em caso de emergência, o telefone 190 da Polícia Militar deve ser acionado imediatamente.
O papel de cada pessoa
Enfrentar a violência contra a mulher é responsabilidade coletiva. Denunciar, acolher, orientar e combater discursos machistas e misóginos são atitudes que salvam vidas. A mudança também passa pela educação para a igualdade de gênero, desde a infância.