A pornografia, historicamente dedicada ao homem, passa a ser percebida como possível fonte de estimulação sexual também para mulheres.
A cada geração histórica se podem perceber modificações nas atitudes sobre a sexualidade, e em cada momento algumas mudanças são perceptíveis, umas mais liberais e outras retornando a posturas mais tradicionais.
As últimas décadas trazem segmentos de população com atitudes opostas. Enquanto existem grupos crescentes de valorização da virgindade pré-casamento (ou de revirginização à espera de novo casamento/relacionamento), temos outros segmentos de mulheres que buscam vivenciar e experienciar maiores variações de comportamentos sexuais (maior expressão social destas variações, inclusive a homossexualidade e a bissexualidade).
Um fator resultado do final da década de 1960 e a de 1970, é a possibilidade de falar mais abertamente sobre sexo. As mulheres filhas daquelas que eram adolescentes naquelas duas décadas aprenderam que podem debater sobre sexo, o que permite uma visibilidade das dificuldades sexuais das mulheres, e inicia uma maior autocompreensão individual da vida sexual das mulheres.
Inicia-se uma liberalização das atitudes sexuais femininas, mas ainda não se revela no comportamento explícito.
O discurso da mulher ter o direito à satisfação sexual passou a ser uma busca da vivência do orgasmo, mesmo que, na prática, não tenha aumentado a percentagem de mulheres que aprendem em suas vidas naturais a terem orgasmos. Facilitou, sim, a possibilidade de busca de cuidarem-se em aprender a ter orgasmos. Fala-se mais de que a mulher pode ter orgasmos, o que provavelmente fará com que a próxima geração histórica tenha mais facilidades à satisfação sexual baseada no orgasmo.
A identidade sexual da mulher ainda não contabiliza a necessidade do orgasmo para que exista a mulher. A mudança desta identidade social é demorada, pois é através dela que as novas mulheres serão criadas, socializadas, para terem uma identidade de mulher numa sociedade. O restante da sociedade aceita uma mulher que se identifique com a mulher compreendida nesta determinada sociedade. A mudança é demorada e independe de uma ou outra mulher estar mudada, pois outras andam na direção contrária. Quando uma maioria de mulheres apresentar a mesma identidade na direção da valorização da satisfação sexual, esta será a identidade sexual socialmente determinada e por conseguinte, aceita, e ao mesmo tempo exigida sobre as outras mulheres que não se encaixem nesta expressão social identitária.
O consumo de pornografia é um índice de identidade associada ao masculino e não ao feminino.
Uma mudança de identidade sexual feminina para o uso da pornografia exigirá algumas gerações históricas para que esta se torne uma preferência de mulheres. A mulher ainda é socializada para ser responsiva aos estímulos sobre o tato, olfato e contextos externos para-sexuais, do que os genitalizados. Mesmo as mulheres que apreciam filmes pornográficos, estas ainda apontam que preferem determinados tipos de filmes, que são menos genitalizados, diferenciados da pornografia da forma que se define.
Existe maior busca e consumo de material erótico, a exemplo de vibradores ou simuladores penianos, do que na geração passada, mas longe de ser algo que represente, ao menos, uma minoria estatística significativa.
Historicamente tenho mais pacientes homens, mas comparativamente aumentou o número de casais e de mulheres em minha clientela de psicoterapia sexual. Historicamente por ter muitas parcerias profissionais com médicos urologistas, que me referiam muitos homens para tratamento psicoterápico.
A queixa maior continua sendo a disfunção erétil, seguida de incapacidade de controlar voluntariamente a ejaculação e problemas relacionados ao desejo sexual (inibição e variações do desejo).
Entre as mulheres a inadequação sexual do casal, a inibição do desejo sexual e a anorgasmia são as queixas mais comuns.
No tratamento de queixas sexuais, a pornografia tem uma função importante. Assim, a orientação de material escrito, filmes e vídeos tornam-se importantes como maio de compreender e conhecer as possibilidades para uso no desenvolvimento da sexualidade e superação das dificuldades sexuais.
A literatura apontada é uma literatura dirigida pela forma masculina de erotismo. Esta forma facilita a aproximação das mulheres para com os homens no que tange ao sexo.
Literatura erótica é uma forma importante para o ensino de maneiras sexuais que sejam absorvidas, interiorizadas como adequadas. Na falta de literatura erótica disponível, as pessoas tendem a desenvolver maneiras individualizadas, muito diferentes e pouco fáceis de serem concatenadas com as necessidades de outras pessoas. Através do ensino pela literatura, mais pessoas tem a oportunidade de encontrarem outros com quem compartir as mesmas satisfações de necessidades.
O livro Cinquenta Tons de Cinza foi escrito por uma mulher e uma mulher tem maiores probabilidades de escrever de uma forma que seja mais absorvida por leitoras mulheres, o que faz com que este tipo de literatura erótica seja mais consumida. Existe maior identificação com esta forma de expressão, e com a identificação, maior chances de interiorização dos comportamento descritos, que podem, então, fazer parte do repertório sexual desta mulher que lê.
A maior vantagem do consumo de literatura erótica é a possibilidade de aprendizado de novas possibilidades de expressões sexuais. Uma pessoa, desde o nascimento até a juventude, tem poucas oportunidades de vivenciar comportamentos sexuais que deverá desempenhar na vida adulta. Com a literatura, e por extensão, com a pornografia em geral, existe maior chance de se perceber e se conectar com novos comportamentos. Se o que é lido vai ou não ser absorvido pela pessoa, depende de outros aspectos de personalidade em construção, sendo definidos por esta personalidade, mais do que pela literatura ou pornografia.
Nas últimas três décadas passou a existir pornografia para mulheres, iniciando-se por grupos de lésbicas que apresentavam diferentes necessidades de pornografia do que as que existiam, baseadas nas identidades masculinas. Ainda na década de 1990, estas mesmas produtoras lésbicas passaram a fazer filmes hetero para mulheres, por perceberem que elas consumiam esta pornografia lésbica, não por serem ou terem tendências lésbicas, mas pela forma de expressão do erotismo, que era feminina, diferente da pornografia baseada na identidade masculina.
O erotismo feminino ainda é fortemente permeado pelo que se denomina romantismo, menos genitalizado e que exige maior tempo para conduzir à excitação sexual genital, e assim se produzem os filmes dirigidos ao sexo para mulheres.
A pornografia é usada para a excitação mental, para promover o desejo sexual, e não para a excitação física, da forma que é usada pelos homens, que se manipulam genitalmente, pois já estão mentalmente estimulados, passando para a fase física com o estímulo da pornografia.
Esta é diferença da excitação e vivência sexual entre homens e mulheres. Cada um aprende um caminho diferente.
As últimas décadas trazem segmentos de população com atitudes opostas. Enquanto existem grupos crescentes de valorização da virgindade pré-casamento (ou de revirginização à espera de novo casamento/relacionamento), temos outros segmentos de mulheres que buscam vivenciar e experienciar maiores variações de comportamentos sexuais (maior expressão social destas variações, inclusive a homossexualidade e a bissexualidade).
Um fator resultado do final da década de 1960 e a de 1970, é a possibilidade de falar mais abertamente sobre sexo. As mulheres filhas daquelas que eram adolescentes naquelas duas décadas aprenderam que podem debater sobre sexo, o que permite uma visibilidade das dificuldades sexuais das mulheres, e inicia uma maior autocompreensão individual da vida sexual das mulheres.
Inicia-se uma liberalização das atitudes sexuais femininas, mas ainda não se revela no comportamento explícito.
O discurso da mulher ter o direito à satisfação sexual passou a ser uma busca da vivência do orgasmo, mesmo que, na prática, não tenha aumentado a percentagem de mulheres que aprendem em suas vidas naturais a terem orgasmos. Facilitou, sim, a possibilidade de busca de cuidarem-se em aprender a ter orgasmos. Fala-se mais de que a mulher pode ter orgasmos, o que provavelmente fará com que a próxima geração histórica tenha mais facilidades à satisfação sexual baseada no orgasmo.
A identidade sexual da mulher ainda não contabiliza a necessidade do orgasmo para que exista a mulher. A mudança desta identidade social é demorada, pois é através dela que as novas mulheres serão criadas, socializadas, para terem uma identidade de mulher numa sociedade. O restante da sociedade aceita uma mulher que se identifique com a mulher compreendida nesta determinada sociedade. A mudança é demorada e independe de uma ou outra mulher estar mudada, pois outras andam na direção contrária. Quando uma maioria de mulheres apresentar a mesma identidade na direção da valorização da satisfação sexual, esta será a identidade sexual socialmente determinada e por conseguinte, aceita, e ao mesmo tempo exigida sobre as outras mulheres que não se encaixem nesta expressão social identitária.
O consumo de pornografia é um índice de identidade associada ao masculino e não ao feminino.
Uma mudança de identidade sexual feminina para o uso da pornografia exigirá algumas gerações históricas para que esta se torne uma preferência de mulheres. A mulher ainda é socializada para ser responsiva aos estímulos sobre o tato, olfato e contextos externos para-sexuais, do que os genitalizados. Mesmo as mulheres que apreciam filmes pornográficos, estas ainda apontam que preferem determinados tipos de filmes, que são menos genitalizados, diferenciados da pornografia da forma que se define.
Existe maior busca e consumo de material erótico, a exemplo de vibradores ou simuladores penianos, do que na geração passada, mas longe de ser algo que represente, ao menos, uma minoria estatística significativa.
Historicamente tenho mais pacientes homens, mas comparativamente aumentou o número de casais e de mulheres em minha clientela de psicoterapia sexual. Historicamente por ter muitas parcerias profissionais com médicos urologistas, que me referiam muitos homens para tratamento psicoterápico.
A queixa maior continua sendo a disfunção erétil, seguida de incapacidade de controlar voluntariamente a ejaculação e problemas relacionados ao desejo sexual (inibição e variações do desejo).
Entre as mulheres a inadequação sexual do casal, a inibição do desejo sexual e a anorgasmia são as queixas mais comuns.
No tratamento de queixas sexuais, a pornografia tem uma função importante. Assim, a orientação de material escrito, filmes e vídeos tornam-se importantes como maio de compreender e conhecer as possibilidades para uso no desenvolvimento da sexualidade e superação das dificuldades sexuais.
A literatura apontada é uma literatura dirigida pela forma masculina de erotismo. Esta forma facilita a aproximação das mulheres para com os homens no que tange ao sexo.
Literatura erótica é uma forma importante para o ensino de maneiras sexuais que sejam absorvidas, interiorizadas como adequadas. Na falta de literatura erótica disponível, as pessoas tendem a desenvolver maneiras individualizadas, muito diferentes e pouco fáceis de serem concatenadas com as necessidades de outras pessoas. Através do ensino pela literatura, mais pessoas tem a oportunidade de encontrarem outros com quem compartir as mesmas satisfações de necessidades.
O livro Cinquenta Tons de Cinza foi escrito por uma mulher e uma mulher tem maiores probabilidades de escrever de uma forma que seja mais absorvida por leitoras mulheres, o que faz com que este tipo de literatura erótica seja mais consumida. Existe maior identificação com esta forma de expressão, e com a identificação, maior chances de interiorização dos comportamento descritos, que podem, então, fazer parte do repertório sexual desta mulher que lê.
A maior vantagem do consumo de literatura erótica é a possibilidade de aprendizado de novas possibilidades de expressões sexuais. Uma pessoa, desde o nascimento até a juventude, tem poucas oportunidades de vivenciar comportamentos sexuais que deverá desempenhar na vida adulta. Com a literatura, e por extensão, com a pornografia em geral, existe maior chance de se perceber e se conectar com novos comportamentos. Se o que é lido vai ou não ser absorvido pela pessoa, depende de outros aspectos de personalidade em construção, sendo definidos por esta personalidade, mais do que pela literatura ou pornografia.
Nas últimas três décadas passou a existir pornografia para mulheres, iniciando-se por grupos de lésbicas que apresentavam diferentes necessidades de pornografia do que as que existiam, baseadas nas identidades masculinas. Ainda na década de 1990, estas mesmas produtoras lésbicas passaram a fazer filmes hetero para mulheres, por perceberem que elas consumiam esta pornografia lésbica, não por serem ou terem tendências lésbicas, mas pela forma de expressão do erotismo, que era feminina, diferente da pornografia baseada na identidade masculina.
O erotismo feminino ainda é fortemente permeado pelo que se denomina romantismo, menos genitalizado e que exige maior tempo para conduzir à excitação sexual genital, e assim se produzem os filmes dirigidos ao sexo para mulheres.
A pornografia é usada para a excitação mental, para promover o desejo sexual, e não para a excitação física, da forma que é usada pelos homens, que se manipulam genitalmente, pois já estão mentalmente estimulados, passando para a fase física com o estímulo da pornografia.
Esta é diferença da excitação e vivência sexual entre homens e mulheres. Cada um aprende um caminho diferente.