20 Anos rumo à visibilidade trans no Brasil

Janeiro é um marco temporal marcado pela luta, pela resistência e pela celebração da diversidade.

Instituto Paulista de Sexualidade

29/01/2024

Janeiro é um mês que carrega consigo duas décadas de um marco histórico importante. Desde o lançamento da campanha "Travesti e Respeito" em 2004, este período anual se transformou em uma oportunidade para reconhecermos os avanços e desafios da comunidade trans, construindo uma história que vai além dos limites do tempo.

Lançada pelo Ministério da Saúde em 29 de janeiro de 2004, a campanha tem como objetivo atuar no combate à transfobia no país, um ponto de partida para o Mês Nacional da Visibilidade Trans.

Recentemente, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou a campanha "Os 20 anos da visibilidade trans no Brasil", celebrando não apenas os avanços conquistados, mas também lembrando os desafios enfrentados pela comunidade trans ao longo dessas duas décadas.

A celebração - que também tem como objetivo reafirmar a luta pelo direito das pessoas trans - se torna um palco para reflexões sobre a importância da visibilidade trans. Atualmente a busca por representatividade e direitos, além da luta por acesso à saúde, educação, emprego digno e enfrentamento ao preconceito são tópicos centrais de discussão.

A nova campanha do Ministério lança luz sobre os desafios persistentes que a comunidade trans enfrenta. Utilizando ações digitais, a campanha visa conscientizar, promover respeito e reforçar a cidadania, destacando palavras como orgulho, existência, conscientização e resistência.

A campanha procura esclarecer questões cruciais sobre a população trans, desde explicar o que é uma pessoa trans até discutir avanços e desafios enfrentados nos últimos 20 anos. A programação inclui a divulgação de estudos, eventos presenciais e a participação em atividades parlamentares.

A bandeira da visibilidade trans, representada nas cores azul, rosa e branco, continua a ser um símbolo forte de resistência, inclusão e aceitação. A transexualidade não mais reconhecida como um transtorno mental pela OMS destaca a evolução na compreensão da diversidade de gênero.



Contudo, a realidade da comunidade trans no Brasil ainda é marcada por desafios significativos. Dados da Antra revelam que em 2022, pelo menos 151 pessoas trans foram mortas no país, colocando o Brasil como líder mundial em assassinatos dessa população.

Enquanto celebramos os 20 anos da visibilidade trans, é essencial lembrar que a luta por direitos, respeito e igualdade é uma jornada contínua. As atividades planejadas, como a Primeira Marcha Nacional pela Visibilidade Trans e a Caminhada Trans em São Paulo, destacam o ativismo persistente da comunidade.

Em um país onde direitos como o uso do nome social foram conquistados, mas ainda há desafios burocráticos, a visibilidade trans vai além do reconhecimento; é um chamado para ação, uma voz coletiva que demanda respeito, dignidade e direitos iguais para todos.