Instituto Paulista de Sexualidade
08 de maio de 2024
A cultura popular impacta muitos aspectos de nossas vidas, e a sexualidade não é exceção. Desde filmes e programas de TV até músicas e redes sociais, a mídia desempenha um papel significativo na formação de nossas visões e práticas sexuais. Neste texto, vamos explorar como a cultura pop influencia a maneira como pensamos sobre sexo, nossas expectativas em relação a ele e até mesmo como o vivemos em nossos relacionamentos.
Mas o que estamos chamando de mídia?
Quando nos referimos à "mídia" no contexto da influência da cultura pop na sexualidade, estamos nos referindo a uma ampla gama de formas de comunicação de massa, como por exemplo:
- Filmes: Produções cinematográficas que retratam histórias e personagens, muitas vezes moldando visões e expectativas sobre relacionamentos e sexualidade.
- Programas de TV: Séries de televisão que exploram uma variedade de temas, incluindo romance, intimidade e sexualidade, e que frequentemente refletem normas sociais.
- Músicas: Letras de músicas que podem abordar temas sexuais de forma explícita ou implícita.
- Redes Sociais: Plataformas online onde as pessoas compartilham conteúdos, como fotos, vídeos, textos e discussões, e onde são expostas a uma variedade de pontos de vista e representações.
- Internet: Sites, blogs e fóruns online onde as pessoas podem encontrar informações, conselhos e discussões sobre uma ampla gama de tópicos relacionados à sexualidade.
- Revistas e Jornais: Publicações impressas ou online que podem incluir artigos, entrevistas e anúncios relacionados à sexualidade e ao estilo de vida.
- Livros e Literatura: Obras escritas que exploram temas sexuais e românticos, desde romances populares até obras acadêmicas e de não-ficção.
- Publicidade: Mensagens comerciais que promovem produtos ou serviços relacionados à sexualidade, influenciando atitudes e comportamentos de consumo.
Logo, na mídia, podemos encontrar uma variedade de representações sobre sexo, amor, relacionamentos e sexualidade, desde a idealização do romance e da paixão até a exploração de temas mais controversos e tabus. Tais produtos culturais muitas vezes moldam nossas ideias sobre o que é considerado atraente, desejável e aceitável em termos de sexualidade.
Por exemplo, certos filmes podem criar expectativas irrealistas sobre o amor e o sexo, enquanto programas de TV mais realistas podem oferecer insights valiosos sobre questões sexuais que sejam mais próximas da realidade
Representações sexuais na mídia
A forma como a sexualidade é representada na mídia também pode influenciar as percepções sociais e as normas culturais em torno do sexo. Por exemplo, a representação de certos tipos de relacionamentos, identidades de gênero ou práticas sexuais pode ajudar a normalizá-los ou estigmatizá-los na sociedade.
Da mesma forma, a falta de diversidade na representação sexual pode perpetuar estereótipos prejudiciais e excluir experiências válidas que não se encaixam no padrão dominante.
Além de influenciar as percepções sociais, a cultura pop também pode moldar as expectativas individuais em relação ao sexo e aos relacionamentos. A romantização do sexo casual em certos filmes, por exemplo, pode levar as pessoas a acreditar que esse é o padrão normativo de comportamento sexual, criando expectativas que podem não corresponder ao seu desejo e a sua realidade. Da mesma forma, a representação de determinados corpos ou padrões de desempenho sexual pode levar à insegurança ou à pressão para conformar-se a esses ideais.
Mas a mídia tem todo esse poder?
Nós somos seres complexos, moldados, atravessados e estruturados por inúmeras esferas. A mídia é apenas uma delas. Sendo assim, precisamos estar atentos a todas as outras instâncias que nos rodeiam como família, valores religiosos, cultura, amizades e relacionamentos…
A mídia não é uma entidade “super poderosa” que impõe a forma como devemos pensar e agir. Muito pelo contrário, temos a capacidade de assimilar as informações, representações e ideias que nela são veiculadas e questioná-las a partir de nossas vivências, experiências e crenças.
Contudo, ao priorizar representações hegemônicas relacionadas ao sexo e a sexualidade, muitas pessoas podem reforçar a ideia de que somente aquilo existe ou é socialmente aceito. Desse modo, a luta por maior representatividade na mídia parte deste pressuposto.