Janeiro Branco nos lembra: cuidar da saúde mental também é cuidar da forma como vivemos nossas relações
Instituto Paulista de Sexualidade
16 de janeiro de 2025
Quando falamos de saúde mental, muitas vezes esquecemos de relacioná-la à sexualidade, uma parte fundamental da vida humana. A forma como entendemos, vivemos e expressamos nossa sexualidade está profundamente conectada ao nosso bem-estar emocional. Ignorar essa relação pode nos privar de uma vivência plena e saudável dessa esfera da nossa vida que é tão importante - e que impacta tantas outras.
Por que a sexualidade é importante para a saúde mental?
A sexualidade não se resume apenas ao ato sexual. Ela abrange nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos em relação ao desejo, à intimidade e à conexão com o outro. Ter uma relação saudável com nossa sexualidade significa compreender nossos limites, reconhecer nossas necessidades e respeitar o que é primordial para nos sentirmos bem.
Segundo o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, apenas em 2023, mais de 45 milhões de sessões de psicoterapia individual foram realizadas no Brasil, enquanto internações psiquiátricas somaram mais de 294 mil casos. Esses números reforçam a importância de abordar a saúde mental de forma ampla, considerando todas as suas dimensões, incluindo a sexualidade.
Ideias equivocadas e suas consequências
A sociedade ainda carrega muitas ideias errôneas ou equivocadas em relação à sexualidade, o que pode levar ao isolamento, à culpa e à falta de informação. Para muitas pessoas, essas questões começam cedo, com mensagens negativas sobre o próprio corpo ou sobre o prazer.
Tudo isso pode se refletir em problemas como falta de desejo, dificuldade de estabelecer conexões íntimas ou até mesmo impactos em outras áreas da vida, como o trabalho e as amizades.
O papel do Janeiro Branco
O Janeiro Branco, campanha criada em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão, reforça a importância de colocar a saúde mental como prioridade coletiva. Em 2023, a iniciativa foi reconhecida oficialmente como lei federal (Lei 14.556/23), consolidando-se como um marco no calendário nacional.
Com o tema deste ano, “O que fazer pela saúde mental agora e sempre?”, a campanha convida famílias, empresas e instituições a refletirem sobre ações concretas para o bem-estar emocional. A escolha do primeiro mês do ano como símbolo de recomeço, e da cor branca como representação de uma folha em branco, estimula cada pessoa a escrever e reescrever sua relação com a saúde mental e o corpo.
O papel do autoconhecimento
Entender a si mesmo é uma peça-chave para integrar saúde mental e sexualidade. Isso inclui reconhecer suas emoções, questionar padrões aprendidos e buscar apoio profissional, se necessário. Terapias que abordam sexualidade e saúde mental de forma conjunta ajudam a desconstruir as ideias equivocadas e abrir caminhos para uma vivência mais livre e saudável da própria sexualidade.
Saúde mental e sexualidade andam de mãos dadas. Abordar esses temas de forma integrada é um passo essencial para viver com mais equilíbrio e autenticidade. No Janeiro Branco, reflita sobre o cuidado que você tem com relação a isso. Abra espaço para o diálogo, informe-se e lembre-se: cuidar da saúde mental e da sexualidade é um ato fundamental de autocuidado.