Dados mostram que a falta de prevenção é um dos principais fatores que agravam doenças entre homens.
Instituto Paulista de Sexualidade
13 de novembro de 2025
O Novembro Azul costuma chegar todos os anos com a mesma pergunta: por que, mesmo com tanta informação disponível, tantos homens ainda evitam falar sobre saúde?
Os números mostram que essa resistência não é um detalhe cultural, ela impacta diretamente a vida.
Segundo o INCA, o câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil, excluindo pele não melanoma. Apesar disso, a adesão aos exames preventivos permanece baixa.
Por que isso acontece?
Especialistas apontam três fatores que se combinam:
- Desinformação sobre o exameMuitos homens ainda acreditam que o rastreamento se resume ao toque retal. Na prática, a investigação costuma começar pelo exame de PSA, um simples exame de sangue.
- Estigma ligado ao toqueO exame de toque retal, quando indicado, dura menos de 10 segundos e é indolor. Mesmo assim, ainda é cercado por mitos que associam o procedimento à perda da masculinidade.
- Dificuldade de reconhecer vulnerabilidadesPesquisas mostram que homens procuram menos serviços de saúde e costumam postergar sintomas. Dados do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo mostram que 7 em cada 10 homens só procuram atendimento médico após incentivo da parceira ou dos filhos. O mesmo levantamento aponta que mais da metade chega ao consultório com doenças já em estágio avançado, resultado da demora em buscar ajuda.
Quando fazer exames?
A recomendação geral das sociedades médicas brasileiras é:
- A partir dos 50 anos, conversar com um urologista sobre o rastreamento.- A partir dos 45, para homens do grupo de risco (histórico familiar de câncer de próstata ou homens negros, que têm maior incidência e mortalidade).
O ponto central é: não existe rastreamento universal obrigatório, mas sim decisão compartilhada. O médico explica riscos e benefícios, e o paciente decide, com informação, não com medo.
Sinais de alerta
O câncer de próstata costuma evoluir de forma silenciosa. Porém, alguns sintomas merecem atenção, especialmente em homens acima dos 50 anos:
- dificuldade para urinar- jato fraco
- urgência urinária
- dor óssea (em estágios avançados)
- sangue na urina ou no sêmen
Esses sintomas NÃO significam automaticamente câncer, mas indicam a necessidade de avaliação.
O que realmente salva vidas
Hoje, o mais importante no Novembro Azul não é repetir o discurso do medo, mas reforçar três pontos fundamentais:
1) Informação baseada em evidências
Saber como funciona o rastreamento e quais exames existem evita pânico e esclarece expectativas.
2) Consulta regular
Não é apenas sobre câncer: cuidados com próstata também incluem avaliar hipertrofia prostática benigna, infecções e alterações hormonais.
3) Conversar sobre o próprio corpo
Quanto mais natural for falar sobre sexualidade, próstata e envelhecimento, mais cedo se busca ajuda.
Novembro Azul é sobre vida real
Cuidar da próstata não é um ato de bravura nem uma ameaça à masculinidade.
É um procedimento simples, com acompanhamento médico, que aumenta significativamente as chances de diagnóstico precoce.
Se existe uma mensagem que realmente importa neste mês, é esta: